Antes de tudo, sintam-se a vontade.

Sejam bem vindos a esse humilde espaço onde tentarei deixar mais fácil a sua compreensão sobre um assunto que eu gosto: Mitologia. Farei uma espécie de dicionário onde darei uma rápida explicação acerca dos deuses das antigas mitologias. Se tiverem alguma sugestão, por favor, me digam. Alguma dúvida sobre um determinado deus e/ou semi-deus? Deixe seu comentário, farei o possível para tirar sua dúvida. Bom, é isso. Fique a vontade, deixo de antemão o meu singelo muito obrigado pela sua visita.

Eslavos

Parte I

Os povos eslavos espalharam-se pela Europa, principalmente pela parte oriental. Sua origem é indo-européia ou ariana e fazem parte do grupo germano-leto-eslavo. Ocuparam a região do Dnieper e o Don, além das regiões bálticas. Avançaram posteriormente para as regiões da Pomerânia (região entre a Alemanha e a Polônia), Mecklemburgo (atual Alemanha), Brandemburgo (Alemanha), Saxônia (Alemanha), Boêmia Ocidental (atual República Checa), baixa Áustria (atual Áustria), Estíria do Norte (Áustria) e a Caríntia setentrional (Áustria). Dentre os atuais povos que são de origens eslavas estão os russos, bielorrussos, ucranianos, bósnios, croatas, macedônios, montenegrinos, checos, poloneses, eslovacos, eslovenos, sérvios, búlgaros, letãos, lituanos e estonianos. Segundo Tássilo Orpheus Spalding, na obra Dicionário das Mitologias Européias e Orientais, livro este base do presente trabalho, os povos eslavos estavam divididos em três grandes grupos:

a)    Eslavos Ocidentais: os poloneses ou lekhes, repartidos entre a Polônia, Rússia, Prússia (hoje parte da Alemanha), e a Áustria; os checos e os eslovacos nas regiões da Boêmia e Moravia (atual República Checa e Eslováquia); os vendes ou sorbes, entre a Lusácia (região nas atuais Alemanha, República Checa e Polônia), Prússia e o reino da Saxônia).

b)    Eslavos Meridionais: iugoslavos, localizados na antiga Bulgária, Trácia (região nas atuais Grécia, Turquia e Bulgária), Macedônia, Croácia, Eslavônia (atual Croácia), Dalmácia (região nas atuais Croácia, Bósnia Herzegovina e Montenegro), Ístria (região nas atuais Croácia, Eslovênia e Itália), Montenegro, Herzegovina, Bósnia e Sérvia, e os eslovenos da Caríntia, da Carníola (atual Eslovênia) e de uma parte da Estíria e da Ístria.

c)    Eslavos Orientais: russos, prutenos, ucranianos, bielo-russos e russos brancos.

A principal referencia para a Mitologia Eslava é o livro de Veles. Segundo a crença eslava, o principal símbolo cósmico era a Árvore do Mundo, Yggdrasil, que também era conhecida dos escandinavos. Os eslavos imaginavam que o mundo estava situado nessa árvore que segura todo o universo. Em sua copa estava o Paraíso eslavo, conhecido como Svarga, residência de Svarog. Em suas raízes estava o inferno, residência de Chernobog, Morena e Zmey. Segue abaixo a lista dos reinos:

YAV – O mundo material que fica localizado no tronco da árvore, onde estão os seres vivos.

NAV – Mundo imaterial.

PRAV – São as leis que governam os mundos acima citados.

Essa Mitologia carece de obras mais aprofundadas na língua portuguesa, e somente esse livro do Tássilo é referencia para o presente trabalho. Aqueles que estudam mitologia eslava e souberem de outras obras em português, por favor, deixem um comentário sobre o livro e a editora; assim, vou adquiri-lo e melhorar as postagens sobre essa mitologia.  Boa leitura a todos e até o próximo post.

DAZBOG – Identificado como deus do sol, é filho de Svarog. É um dos principais deuses do culto eslavo, também identificado como um herói. Seu nome significa “dispensador de riqueza”. Segundo a mitologia eslava, Dazbog é um dos sete deuses cuja estátua o príncipe Vladimir de Kiev colocou em um altar erguido em frente ao seu palácio.
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PERUN – Deus supremo do panteão eslavo, também é o senhor das tempestades, dos relâmpagos, dos juramentos e do trovão. Era cultuado principalmente por nobres russos quievitas. Seu nome deriva de piorun, que significa “raio”. Em outras fontes era o responsável por fertilizar a terra e conhecido por ser temperamental. Possui semelhança com o deus nórdico Thor, por ter como arma um martelo que quando é atirado retorna a sua mão. Seu principal mito está ligado a Veles, deus do submundo, que roubou seu gado, filhos e esposa. Perun conseguiu derrotar Veles, o enviando novamente para o submundo.


SVANTEVIT Divindade suprema, deus da guerra e do destino. Caracterizavam-no como policéfalo e em uma das mãos carregava uma trompa feita de metal precioso; seu sacerdote enchia de vinho essa trompa a fim de saber como seria a vindima, colheita das uvas. Seu nome significa “senhor forte”. Em outras versões o caracterizam como carregando uma espada ou um arco em uma mão e na outra um chifre. Dentre alguns elementos que dependiam de Svantevit estavam às vitórias nas batalhas, as viagens dos comerciantes e uma boa colheita.

SVAROG Deus do fogo e da ferraria. Os fieis, para atraírem a benevolência dessa divindade atiravam para o céu grãos a fim de assegurarem boas colheitas. Seu nome está ligado etimologicamente à palavra polonesa swarzýc, que significa “disputar”, “ficar colérico”. Em outras fontes é considerado o deus do céu e o criador do mundo, dos demais deuses e dos homens.

TRIGLAV Deus da Pomerânia Ocidental (região hoje entre a Alemanha e a Polônia) caracterizavam-no com três cabeças, cada uma representando os três reinos: Céu, Terra e Subterrâneo. Segundo os mitos essas cabeças representam os 3 mundos que o deus governou. Também atribuíam a Triglav ter sobre os olhos e os lábios uma liga de ouro para que ele não possa ver os pecados das pessoas e nem falar sobre elas. Possuía um templo em Szczecin, atual Polônia, notável por pela arte e riqueza que o adornava.

VOLOS – Deus do gado, da propriedade e do comércio; era adorado pelos antigos checos.

ZARIA Deusa da beleza, conhecida também pelo epíteto “noiva celestial”. Também era conhecida como uma sacerdotisa da água que protegia guerreiros. Seu nome significa, em russo, “nascer do sol”.

ZORYA Deusas guardiãs da noite, sendo uma a estrela da manhã (Zorya Ultrennyaya) e a outra da tarde (Zorya Vechernyaya). Segundo a mitologia elas vigiam o cão Simargl, que está acorrentando na estrela Polaris da constelação de Ursa Maior. Caso a corrente quebre ele poderá devorar todo o universo. São as responsáveis por abrirem e fecharem os portões para a saída da carruagem do sol.

ZIVA- Deusa adorada na Rússia, também identificada como deusa do amor e da fertilidade. Seu nome significa “viver, ser existente”. Seu equivalente masculino é Siebog.

BERSTUK – Deus do mal das florestas.

FLINS – Deus da morte.Segundo a mitologia na Polônia havia uma grande pedra onde seriam realizados cultos a essa divindade

KOLIADA – Deusa responsável por trazer o sol a cada dia, também considerada deusa do céu. Sempre é perseguida por Mara que pretende dete-lá e deixar o mundo em uma escuridão total.

PORENUT e POREVITDeuses eslavos representados com cinco cabeças. Seu culto centrava-se em Charenza, na Rugia.

RADOGOST Deus adorado na cidade Radoszcz; possuía um templo de madeira sustentado por cornos e chifres de animais, com imagens esculpidas nas paredes e no interior do templo. Também era adorado como deus da hospitalidade.

RUIEVIT – Deus que possuía sete faces feitas de carvalho

STRIBOG – Cultuado como deus dos ventos, do céu, do ar, ancestral dos ventos das oitos direções.

KUPALA – Deusa das ervas, feitiçaria, do sexo e do verão, sua origem é polonesa. Também era cultuada como a mãe d’água, associada às flores, árvores e ervas. Seu principal festival, conhecido como Sobótka, realizava-se no solstício de verão, onde se celebrava dois elementos: a água e o fogo. 

.KUPALO – Versão masculina de Kupala; é associado a São João, sendo sua festa no dia 24 de junho.

MOKOSH – Deusa relacionada às atividades femininas da tosquia, fiação e tecelagem, de origem russa.

ROD Na mitologia eslava é considerado o criador do universo; no neopaganismo é frequentemente considerado o criador de toda a vida existente.

ZIRNITRA – Deus da feitiçaria, representando como um dragão negro. Seu nome significa “magicamente fortalecido”.

ZLOTA BABA – Deusa de origem polonesa, chamada “mulher dourada”, por transmitir oráculos representados em ouro.

Parte II

IAROVIT – Deus da vegetação, da fertilidade e da primavera; comumente é associado a guerra e da colheita. Também era conhecido como “senhor severo” e seu culto estava centrado nas cidades de Wolgast e Havelberg (cidades atuais da Alemanha). Sua ligação com a guerra estar no uso de um escudo que era guardado em seu templo para obterem vitórias nas guerras. Segundo a mitologia, ao nascer Iarovit foi roubado e entregue ao deus do submundo, Veles, mas conseguiu renascer e assim iniciou o ciclo das estações do ano.

MORANA – Deusa da colheita, da bruxaria, do inverno e da morte. Seu mito ligado a colheita está relacionado com Iarovit por ser esposa deste. Ela foi a primeira a notar que Iarovit havia regressado do submundo e ambos apaixonaram-se. Segundo o mito, Iarovit traiu Morana e esta ou, segundo outra versão, Perun, o mata. Assim fica clara a função de deus da vegetação de Iarovit, o ciclo vegetativo das colheitas. Sem o marido Morana torna-se uma bruxa terrível e senhora do inverno.

BELOBOG – Deus da Luz e do Sol, geralmente cultuado como “deus branco” em oposição a Chernobog, deus da escuridão e da maldição. Esse simbolismo dualista, o branco e o preto, o bem e mal, foram comuns nos mitos eslavos. Segundo algumas pesquisas feitas por especialistas, diversas representações sobre essa dualidade foram encontradas, onde havia uma estrutura que melhor sintetizava esse mito: um rio correndo, onde do lado oeste com um nome que indicava o mal, a escuridão e do outro lado um pico com o sol e o céu.

CHERNOBOG – Deus da escuridão e da maldição, em contraposição a Belobog.

DODOLA – Deusa da chuva, e esposa de Perun, deus do trovão. Segundo os eslavos a origem da chuva estava ligada a Dodola quando esta retirava leite das vacas celestiais. Também afirmavam que na primavera saia voando e espalhava sobre as vegetações vernais, decorando as árvores e as flores.

HORS – Deus do sol de inverno, da cura, da sobrevida, representado como o triunfo da saúde sobre a doença. A principal fonte onde cita Hors está no Conto da Campanha de Igor, onde descreve Hors como o deus do disco solar que se movia através do céu durante o dia e a noite sob o solo. Seu culto ganhou importância no reinado de Vladmir I de Kiev, na antiga Rússia, onde teve sua estátua colocada em frente a colina do palácio.

LADA – Deusa da harmonia, da alegria, da juventude, do amor e da beleza. Seu nome é comumente citado em casamentos eslavos e bálticos, e em diversas canções populares.

JUTHRBOG – Deusa da lua

KAREWIT – Deus protetor da cidade de Charenza na Rugia (antiga tribo germânica). É retratado com duas faces, uma cabeça de boi no seu peito e uma de galo no ventre. Também o descrevem com 6 cabeças, sendo 4 masculinas e 2 femininas.

KRESNIK – Deus do fogo, do solstício de verão e das tempestades. Comumente é associado à Svarog. Segundo a mitologia, Kresnik evoluiu de um herói nacional que residia em uma montanha com um cervo de chifres de ouro. Também foi reconhecido como um rei mítico que possuía uma magia forte.

KOLIADA – Deusa do céu, responsável por trazer a tona um novo sol todos os dias, sendo por isso caçada por Mara que tenta trazer a escuridão total para o mundo.

BEREHYNIA – Deusa protetora do lar, anteriormente era cultuada como um espírito, mas depois foi elevada a categoria de deusa.

 Parte III

JARILO – Divindade masculina da fertilidade, da vegetação, da primavera, também sendo associado à guerra e a colheita. É uma das divindades mais antigas do panteão eslavo. Ele é um dos filhos de Perun raptado por Veles, deus do submundo. Seu retorno do submundo corresponde à chegada da primavera nos cultos eslavos.

DZYDZILELYA - Deusa do amor e do casamento na mitologia polonesa, também associada da sexualidade. Seus atributos assemelham-se aos da Afrodite grega e da Freia nórdica.

MAT ZEMLYA – Denominação usada para diversas divindades ligada as plantas, o nascimento, criação, sendo também patronos dos trabalhos. Conhecida como Mãe Terra, faziam-se juramentos em seu nome tocando-a, assim como confessar pecados. Os devotos não lhe davam características humanas, adorando-a em sua forma natural.

OZWIENA – Deusa do eco, similar a ninfa grega. Representam-na como a comunicação humana, divulgadora de discursos e ações. Muitas vezes é descrita como a deusa da fofoca por ser incapaz de manter qualquer conversa secreta ou segredo. Se não gostasse de alguém, Ozwiena fazia com que o discurso dessa pessoa fosse distorcido. Também era adorada como deusa da fama e da glória.

PORVATA – Deus dos bosques. Não possui representação e era adorado como uma manifestação das florestas.

IPABOG – Deus da caça. É descrito como uma figura pequena, com uma cabeça enorme, barba longa e reta, usando um capacete redondo com dois chifres e um vestido sem forma que chega até os joelhos adornados com implementos de caça.

MAROIWIT – Deus dos pesadelos.

MARZYANA – Deusa dos grãos e das colheitas

GABIJA – Deusa do fogo e da lareira na mitologia lituana, protetora do lar e das famílias, provedora da felicidade e da fertilidade. Podia assumir formas humanas e zoomórficas. Alimentavam-na com oferecendo pão e sal.

OYNYENA MARIA – Deusa do fogo na mitologia polonesa, auxiliar de Perun.

PEKLENC – Divindade do submundo e juiz divino. Dominou o fogo subterrâneo pelo quais os metais e pedras preciosas eram forjadas. Como juiz divino punia os ímpios, mas dava oportunidade para se redimirem. Os que forem condenados transformavam-se em pedra, no caso dos cruéis, em lobisomens os briguentos e os que não tinham compaixão eram transformados em criaturas que se alimentavam dos seus próprios corpos. Também era capaz de punir povos inteiros através de inundações e punia também os péssimos governantes enviando espíritos malignos para que aqueles abandonassem seus reinos.

PERCUNATELE – Mãe de Perun.

PODAGA – Deus da caça, da pesca e da agricultura.

SIEBOG – Deus do amor e do casamento. É casado com a deusa Ziva.

SILINIEZ – Deus-madeira da mitologia polonesa, sendo o musgo das madeiras sagrados ao seu culto.

SUDICE – É o destino na mitologia eslava. Espíritos dos julgamentos são representados como três idosas que se aproximam das crianças recém-nascidas e predizem seu destino.

SUDZ – Deus do destino e da glória na mitologia polonesa. É ele quem determina quem será rico ou pobre: aqueles que nascem quando o deus espalha torrões de ouro estão destinados a serem ricos; quando espalha barro estão destinados a serem pobres.

VARPULIS – Deus dos ventos e das tempestades, companheiro de Perun.

ZEMYNA – Deusa da terra na mitologia lituana. Personifica a terra fértil e nutre toda a vida na terra. Seu culto também está ligado à morte porque segundo os mitos, tudo que surge da terra volta para a terra.

ZISLBOG – Deusa da lua na mitologia wendish.

ZYWIE – Deusa da saúde e da cura, da regeneração e do renascimento.